terça-feira, 28 de outubro de 2014

Guarany de Bagé

Sou Guarany de Bagé, é o que respondo quando perguntam qual é o meu time. É uma brincadeira, nem acompanho futebol,  mas continua sendo o meu time primeiro.
As crianças aprendem a escolher seus times desde pequenas, e dependendo da paixão dos pais, às vezes antes de nascer. Algumas já saem do hospital fardados com a roupa do time do pai, orgulhoso de mais um torcedor, Pura "paixão"!
E não importa se o time vai mal no campeonato, ninguém abandona o time. Às vezes o time pode ser rebaixado mas a paixão.. .não. Algumas torcidas acompanham seus times em qualquer "indiada", vale viajar, atravessar o país e até o mundo para ver o time do coração jogar, E quando se fala do time adversário vale tudo para colocá-lo abaixo, para diminuí-lo sem enxergar suas vitórias. Na hora da discussão calorosa de dois adversários vale rebaixar a qualidade dos jogadores, técnicos e  isso se aprende desde pequeno, quando se "escolhe" um time. Faz parte do pacote de ser torcedor fiel e se não for em exagero, é natural e pode-e considerar rivalidade saudável!
A hora do jogo é a hora de vestir a camiseta, pegar a bandeira e ir para o estádio, lugar de extravasar a paixão, xingar a mãe do juiz... mas isso não significa que a "progenitora" do mesmo tenha uma "conduta leviana". É apenas um desabafo e vale quase tudo e em tempo de câmeras por todos os lados, nem tanto.
O gol é comemorado com uma explosão de felicidade, abraços, pulos, gritos de guerra e até lágrimas, dependendo do quilate da decisão.
E aqui não importa o placar, se foi de "chocolate", se foi aos 47 minutos do segundo tempo ou se foi na decisão por pênaltis...  Isso não faz a menor diferença na vitória...
E quando o jogo acaba o vencedor sai comemorando rua afora e pelas redes sociais tocam flauta no adversário, postam fotos de seu time, a massa vestindo a camiseta e vibrando... alguns extrapolam na comemoração... mas passa... è pura e cega paixão, para sempre!!!
No filme"O Segredo de Seus Olhos" o assassino é traído por sua paixão pelo seu time, sendo preso em pleno estádio de  futebol, no meio do jogo, graças a um policial que afirmava que: "as pessoas trocam de amores, de cidade, de trabalho, de partido político, mas não trocam a paixão pelo time do coração. É paixão cega!
Mas o jogo acaba e seus efeitos vão até o outro dia, no máximo, e logo vem outro jogo, outro adversário... e recomeça tudo de novo. Mas a vida continua, como tem que ser, o convívio com os colegas de outros times, a brincadeira sadia, as piadas ocasionais, mas ninguém tem de pagar um preço por isso.
Partido político é coisa mais séria, normalmente escolhe-se depois de certo discernimento e maturidade, de acordo com sua vivência, ideais e sonhos para seu país. Alguns preferem apostar em pessoas , já que cada um é diferente do outro, senão votaria-se apenas em partidos e este escolheria quem iria ocupar o cargo.
Mas se meu partido tem prática diferente do discurso, se  o partido não mais representa minhas idéias, não mais atua como eu imaginava e sonhava, posso trocar de partido ou simplesmente não mais ser filiado, seguidor ou simpatizante. Posso ser um livre pensador.
Mas isso acontece no Brasil???
Basta ver a paixão com que os perdedores choram e os ganhadores demonstram muito mais seu ódio aos adversários do que o amor aos seus candidatos. Nas redes sociais tem mais imagem do candidato derrotado , sendo achincalhado do que do ganhador ovacionado... Ou seja, o ódio supera o amor em larga escala e em ambas direções.
E o resultado é um país em que quase metade da população está descontente e isso faz diferença sim, de uma vitória de "chocolate".
Eu gostaria muito que isso fizesse a diferença daqui para frente, que a maturidade política cedesse lugar à paixão e que com mais equilíbrio  pudesse fazer ver que precisamos de mudanças.
Eu sou uma pessoa que sonhava com uma mudança real, que fosse mais abrangente e que não permitisse, de jeito nenhum que acontecesse aquilo que sempre condenamos e que graças a esse ideal nos fez  chegar à presidência  da república,,, um dia...
Mas eu continuo sendo Guarany de Bagé, o time do meu avô, Seu Osmar!
Eliana

6 comentários:

  1. Não aguento mais essa questão das eleições, o odio, sabe? O pessoal do "candidato derrotado" estava xingando nordestinos....puro odio, xenofobia. Com certeza essas pessoas nunca ouviram falar de Jorge Amado, Raul Seixas, Caetano, Ariano...Bem, mas agora falando de times, sou colarada desde sempre e para sempre hehehehe.
    Um beijão, tia Lia♥
    E feliz Halloween atrasado -afinal todas temos um pouco da mágia de nossas "irmãs da Lua".

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  2. Pois até esse preconceito lamentável é relativo, Bebel, e antigo também pois em 1989, quando lamentavelmente Collor foi eleito, a eleição foi ganha com os votos do nordeste. E esse preconceito era o assunto do momento, da mesma forma como hoje, apenas vindo de correntes diferentes. Um dia vamos aprender a fazer política sem a paixão do futebol...
    Feliz Halloween para todas nós!!! Obrigado pela visita e comentário. Bj

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  3. Lia, te indiquei para uma tag - algumas perguntas que devem ser respondidas.
    E um prêmio: One Lovely Blog.
    Beijos <3

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  4. SOu assessor de imprensa do Guarany, posso colocar teu texto no facebook do clube?
    aguardo.

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  5. Olá , SGL, pode publicar, será uma honra! Meu tio avô (Miguel) jogou no Guarany. Assim que publicar peço que me avise, ok?

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  6. https://www.facebook.com/guaranyfutebolclube/posts/862363997151515

    Acabei de publicar no facebook oficial do clube.

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