Raiz forte

A filosofia oriental pede para olharmos a natureza e observar: a vida deve ser a repetição ( e é, sempre) do que acontece na natureza.
Olhemos as plantas, as mais simples que surgem suas raízes embaixo da terra e é lá que devemos cuidar para que a planta seja saudável, viçosa e bonita. E antes da primeira folhinha brotar para fora da terra que se dá todo o processo. A natureza da semente, a qualidade da terra à sua volta, a umidade do solo, os nutrientes presentes, enfim, as condições necessárias para toda a vida da plantinha, estão ali naquele pequeno ambiente que acolhe a sementinha.
E então a planta germina e rompe o tão esperado limite e explode para o mundo exterior. Aí é só esperar. O nutriente que lá no solo fortaleceu a semente vai agora se efetivar. A umidade que a sustentou e alimentou, agora lhe dá forças para resistir a estiagem. A aspereza da terra à sua volta preparou-a para superar os ventos e intempéries.
Mas e se faltou umidade no solo, se não havia nutrientes à volta da semente, se as condições foram adversas à semente ao brotar sua presença ao mundo exterior, não mais adianta o solo ver que não deu tudo de si: a folhinha já está lá no mundo cruel, à mercê das intempéries. E a raiz a olhar daqui, pouco pode fazer por aquela hastezinha que está fraquinha e prestes a quebrar.
Assim acontece com a gente. O seio de nossa família é o solo que nos abriga e protege. Ali recebemos alimento e sustento para o grande dia em que por nossa conta e risco devemos levar nossa vida. Aí veremos que o que realmente nos diferencia dos demais é aquele apoio que recebemos na infância, a estrutura de uma boa educação, de um exemplo de honra e retidão. É isso que hoje, aqui fora nos diferencia de quem não teve a mesma Raiz Forte!
Pensemos então na função da família e nunca teremos problemas com nossas amadas plantinhas que ainda virão!
Eliana Valença